domingo, 10 de junho de 2007

Dia da Língua Portuguesa


O dia 10 de junho é o dia do aniversário da morte de Luiz Vaz de Camões e, todos os anos, o calendário marca como efeméride: O DIA DA LÍNGUA PORTUGUESA.


Camões, Luís Vaz de (1524-1580), o mais representativo poeta português. Nasceu provavelmente em Lisboa, cidade onde morreu. Sua obra Os Lusíadas, publicada em 1572 após passar pela censura da Inquisição, consolidou a língua portuguesa e é considerada o poema épico nacional lusitano. Além de Os Lusíadas, Camões só publicou, enquanto viveu, mais três poemas.
Pouco se sabe sobre a vida de Luís Vaz de Camões. Acredita-se que tenha estudado na Universidade de Coimbra, onde teria se formado em Artes. Apesar de não ser rica, sua família freqüentava a corte, o que lhe valeu a chance de aproximar-se de Dom João III. Porém, uma aventura amorosa com uma das damas-de-companhia da rainha Catarina de Ataíde levou-o ao desterro no Ribatejo. Estudiosos da obra de Camões acreditam que seus versos de amor foram inspirados nesta paixão tumultuada e perdida. Ver Eros (mitologia).
Em 1547, afastado da capital, virtualmente exilado, Camões decidiu seguir a carreira militar e partiu para o norte da África. Combatendo em Ceuta, perdeu o olho direito. Em 1550, retornou a Lisboa onde intercalou sua vida entre a corte, que voltara a lhe abrir as portas, e noitadas boêmias. Em uma briga de rua, feriu um cavalariço do rei e foi condenado a um ano de prisão. Nesta época, já havia começado a trabalhar em Os Lusíadas, um canto de louvor ao descobrimento da rota marítima para as Índias (ver Explorações e descobrimentos portugueses) pelo navegador Vasco da Gama.
Libertado em 1553, Camões partiu para combater na Índia. Depois, foi transferido para Macau. Em 1559, acusado de extorsão, enviaram-no para a Índia, viagem em que sobreviveu a um naufrágio. Em 1570, voltou a Portugal, via Moçambique, com o manuscrito de Os Lusíadas ainda inédito. Após a publicação — apesar da fama transitória e de uma pensão que lhe foi outorgada pelo rei Dom Sebastião — Camões iniciou um caminho de decadência em que chegou a comer por favor de amigos. Morreu pobre e esquecido.
Os Lusíadas, escrito em dez cantos de versos octassílabos (ver Versificação), foi influenciado tanto pela Eneida, de Virgílio, como por Orlando Furioso, do poeta italiano Ludovico Ariosto. Entrelaçadas com a história da viagem de Vasco da Gama, Camões louva a história portuguesa, as idéias cristãs e os sentimentos humanistas. Mas, ainda que exalte as façanhas dos lusitanos, Os Lusíadas também reflete a visão crítica e amarga de seu autor sobre a política colonialista de Portugal.
A fama de Luís Vaz de Camões também se deve a numerosos poemas publicados postumamente: 211 sonetos, 142 redondilhas, 15 canções, 13 odes, nove églogas (ver Poesia pastoril), cinco oitavas, incontáveis cartas e três peças teatrais, duas das quais baseadas em modelos do teatro clássico. O tema principal da poesia de Camões é o conflito entre o amor apaixonado e sensual e a idéia neoplatônica de amor espiritual. Sua obra, de notável perfeição e simplicidade formal, levou Wilhelm Storck a chamá-lo de “filho legítimo do Renascimento e humanista dos mais doutos e distintos de seu tempo”.
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